terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Quando você vai parar de sofrer?

"Não devem haver limites para o esforço humano. Somos todos diferentes, não importa o quanto difícil a vida possa parecer, há sempre algo que você pode fazer e onde você pode ter sucesso".  Estas palavras estão no final do filme A Teoria sobre tudo, que fala da vida do físico Stephen Hawkins. Talvez você não seja nerd o bastante para ligar o nome a pessoa, mas com certeza conhece, aquele cientista que está em uma cadeira de rodas, não fala, não tem movimentos com nenhum membro.

O caso dele é complicadíssimo, quando jovem, ainda estudando, recebeu a noticia de sua doença e que não teria mais do que 2 anos de vida, atualmente está com mais de 70 anos e é um cientista renomado.

Mas pensemos em casos menores, quantas pessoas neste mundo têm que lidar com deficiências físicas, com dificuldades financeiras, com enormes problemas pessoais e, mesmo assim, conseguem vencer na vida, conseguem realizar coisas que pareciam impossíveis para elas. Mas não foram, porque elas não ficaram paradas em suas casas lamentando seus problemas, elas levantaram e foram atrás de seus sonhos. E muitas, muitas mesmo, não realizaram seus sonhos, mas conseguiram coisas que às realizaram porque não desistiram de tentar.

Se esconder atrás de dificuldades é fácil demais, muitos ficam estagnados em seus mundos infelizes por não conseguirem realizar seus sonhos, por não conseguirem mudar suas vidas simplesmente se escondendo, dizendo que não são capazes de superar uma dificuldade e por isto, vão seguir sem tentar. E assim ficam, deixando a vida passar, reclamando das coisas que não têm e se conformando com as vidas que levam.

Chegando um novo ano, lá vem novamente aquelas resoluções para uma nova vida, que como todo ano são feitas piadas, você acaba não cumprindo nenhuma. Provavelmente porque nenhum delas é realmente importante para a sua vida, então, pode brincar de fazer resoluções e deixar para outra hora. Mas com certeza existem coisas que você gostaria de mudar, aquelas que fazem com que sua vida não seja um apanhado de momentos de felicidade, faz com que seus dias sejam apenas a espera de que as coisas chatas que se obriga a viver passem para você poder curtir um ou dois momentos que te fazem bem. Você sabe, estas coisas que você se acostumou a aceitar vão estar ai, atrapalhando a sua vida para sempre, um mau relacionamento, um emprego ruim, atividades que assumiu mas não tem mais prazer em fazer, um convívio familiar. Coisas que você acha que a luta para se desfazer é grande e difícil o bastante para nem tentar.

Mas você deve isto a você mesmo e a vida. Ela é curta demais para você ficar nisto. Então, quem sabe esta seja a sua resolução de ano novo verdadeiramente valiosa. Acorde para a sua vida, entenda os seus obstáculos e se prepare para supera-los, conviver com eles. Mas decida-se, mude as coisas. Você precisa lutar para merecer acordar todo dia com vontade de viver, com coisas boas por fazer e podendo dizer aos que lhe cercam, eu sou feliz, eu estou feliz, eu vivo a vida que eu me esforço todo dia para ser a melhor para mim. Chega de viver com medo do que vou perder, estou vivendo por aquilo que eu sei que posso ter e fazer.

Quem sabe quando alguém lhe perguntar "como vai?", você possa falar, sinceramente, "Tudo ótimo". Feliz ano novo pra todos nós!!!


domingo, 28 de dezembro de 2014

Racional

Você é torcedor fanático de um time de futebol, o Xurupita FC, vamos dizer. Um dia seu time, jogando a segunda divisão do campeonato nacional, inicio de campeonato ainda, recebe um adversário de outro estado, sem grande rivalidade e num jogo normal, seu time vai vencendo a partida. Junto com a torcida do time adversário, estão torcedores do maior rival de sua equipe, o Quebra Osso E.C.. Você olha indignado para aqueles torcedores rivais de seu time. Como se atrevem torcer para este clube que está em seu coração. Com todo ódio deste atrevimento destes torcedores, você vai até o banheiro do estádio e arranca um vaso sanitário e arremessa em direção a estes torcedores, que estão na arquibancada abaixo da sua. Talvez o ódio não tenha lhe permitido pensar direito, mas claro, um vaso sanitário arremessado desta altura, acertando a cabeça de um torcedor, só poderia ter um resultado. Morte.

Eu tentei lembrar de momentos que senti raiva ou ódio o bastante de algo ou alquém que me fizesse ter vontade de agredir. Lembrei de um momento com meu irmão, quando eu era um adolescente e fiquei brabo o bastante com ele a ponto de dar um soco em uma porta e derrubar ela. É, eu dei o soco na porta pra não machucar ele.

Futebol, política, religião, preconceito, todos temas que no dia a dia estamos lendo notícias de pessoas que foram levadas a usar de de violência contra outras por causa destas coisas. Pelo simples fato de pensarem, agirem ou serem diferentes daquilo que as primeiras pensam ser o certo. Puxa, eu me incomodo com certas ideias das pessoas, eu me incomodo com mentiras, com calúnias. Eu discordo de muita gente e muitas vezes me vejo obrigado a ouvir ideias que agridem meus pensamentos, meus ideais. Mas realmente não consigo me ver reagindo a nada disto com agressão.

Em compensação, todo dia podemos ver uma pequena amostra do quanto os seres humanos conseguem ser irracionais em suas reações contra quem está em uma posição diferente da que acham estar certa. Basta olhar na nossa timeline do facebook, quantos e quantos todo dia estão atacando com palavras, as vezes com ameaças. Que coisa mais sem sentido esta intolerância toda, que coisa que não vai levar ninguém a lugar nenhum.

Você já sentiu ódio de alguém? Pense bem, qual foi a motivação? Valia mesmo a pena, tinha sentido, seu time, sua religião, seus conceitos quanto ao que é certo e errado precisam mesmo que você tenha ódio de quem está do lado oposto? Talvez aqueles segundos de reflexão, o velho "contar até 10" valham muito a pena nestas horas. Precisamos um pouco disto, precisamos descobrir que não vamos mudar o mundo com atos de ódio, vamos mudar o mundo com atos de perdão, de aceitação. Será que não vai valer muito mais a pena agirmos assim? Tenho certeza que sim.


sábado, 27 de dezembro de 2014

Uma vida, 45 acontecimentos...

Talvez a biografia mais rápida de se ler. Talvez se eu escrevesse de novo nem todos os anos teriam as mesmas lembranças. amigos importantes podem não ter sido citados, mas eles sabem que estão nas minhas memórias e no meu coração. Vamos ver, 45 anos em pouco mais de 45 acontecimentos...

70 - Eu só chorava, fazia cocô e comia, mas tava lá pra saber que o Brasil foi tri.
71 - Fiz escolinha de arte num restaurante, o Tio Patinhas, importante depois na minha adolescência.
72 - O Ano que conheci meu primeiro grande amigo, Luciano Lopes, entrei no jardim de infância
73 - A primeira decepção amorosa. O nome era Greice, começou a andar de mãos dadas com outro.
74 - A velocidade(um buggy e um jipe de pedal pela calçada) me juntou com o cara com quem vivi mais aventuras nesta vida. Fabião Lucca.
75 - Inter campeão, mas minha primeira lembrança é do Bi.

76- O ano que conheci o "Campinho do Tuti", minha vida foi nele por 10 anos, muitos gols feitos e sofridos. Também conheci o amigão Tuti.
77- Nasceu meu irmão. A vida não foi mais a mesma.
78- Primeira vez num estádio de futebol. Pra ver Grêmio 1 x 0 Sport com a Dinda Vera. Ela adoraria que eu virasse gremista.
79- Minhas vida era o futebol de botão, 80 times, campeonatos sozinho e com os amigos da R. Silva jardim
80- O ano que tínhamos um time de futsal, a Egan, jogamos o bagunçado campeonato de Carazinho
81- Chorei por amor pela primeira vez de verdade. Eu não queria não poder mais encontrar ela e minha mãe queria me trocar de escola. Danusa.
82- Uma lembrança marcada, mesa de almoço, meu pai, meu amigo Omar e o Brasil perdendo de 3x2.
83- O ano do adeus a Escola Sinodal Rui Barbosa
84- Levei um fora de alguém que chamávamos de Bilu
85- Os Donos do Amanhã foram a inspiração. O ano que mais aprontei.
86- O ano que conheci a pessoa que mais mexeu com minha vida, a Catatau.
87a- Política estudantil na veia, talvez não pelos melhores motivos. Mas foi muito importante.
87b- O ano da longas noites de conversa do coração com o amigo Luciano Carioca, e muita cantoria
88- Meu pai candidato a prefeito e eu mudando de vida.
89- As pessoas que me ensinaram a viver, que guiam meus passos, se foram, Sergio Weber e Lauro Weber.
90- Retroceder, descobrir que sou capaz de muita coisa e conhecer a ingratidão de uma mãe.
91- No dia que eu sai de casa... Devo a vó Herta a chance de uma vida diferente do que imaginava.
92- O ano que vim morar no lugar que espero ser eterno em minha vida, Joinville
93- Achei a profissão que me faz trabalhar com gosto.
94- Ano do tetra, ano da bebedeira mais feia que tome na vida. Nunca mais...
95- Trabalhar na Datasul, um sonho que virou logo realidade. 6 meses de treinamento.
96- O ano que conheci os grandes amigos Casca e Tamb, Amigos de grandes momentos na vida.
97a- E nasceu a Turminha Fechada, a minha família, meus grandes amigos, meus conselheiros.
97b- O ano que mais vivi, que mais conheci gente e fiz amigos importantes tinha que ter dois tópicos.
98- Este ano eu cantei no PT junto com o amigo Jersony. Meus 3 minutos de "fama" com algo que gosto muito, cantar.
99- Marcante neste ano. Fechar a sala Vip da Pink House... Grande comemoração.
00- Agrande marca deste ano foi conhecer Floripa e passar um carnaval especial por lá.
01- Minha primeira demissão, adeus Tech, depois eu volto.
02- Viagens a trabalho, conhecer Rio, Salvador, Londrina, foi especial. Ter uma empresa com o amigo Marciel também.
03- Acho que este foi o ano do Record no Cachaceiro Secreto, empatado com o Sombrio, 14 doses de pinga.
04- Novamente liderar a equipe de suporte e manutenção do DDK. Oba.
05- Este ano eu ia casar. Ufa,ia...
06- O ano que a Elis me convidou para ser técnico do Techkilla. A vida nunca mais foi a mesma.
07- O ano que tive a melhor equipe pra trabalhar, foi o auge, Fafeco, Val, Nené, Dadá, Aspinhas, Sandro,
08- O ano do CCCC, a competição de beber 10 doses de diferentes destilados foi para os fortes.
09- O ano doente, e o ano que vi o quanto consegui fazer bons amigos nesta vida.
10- Terapia, personal trainner, será que viro uma nova pessoa agora?
11- Ultimo campeonato do Techkilla. Depois viriam as CATS.
12- Uma amizade especial começou a se consolidar, com a querida DD.
13- A grande mudança, graças ao amigo Fabiano, a operação do estomago aconteceu em fevereiro.
14a- O ano que mais trabalhei e me dediquei ao trabalho, terminou com uma demissão.
14b- Finalmente temos um time jogando como eu gostaria, as CATS foram demais na Liga.
14c- Além dos amigos de sempre com quem pude contar e muito, se consolidou uma amizade muito especial.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Apoio...

Vou dizer uma coisa, algo que a terapia não conseguiu resolver de jeito nenhum, é meu problema com pedir, precisar de ajuda dos outros. E puxa, como eu tenho abusado disto nos últimos anos...
E não é orgulho, nem sei mesmo explicar. Acho que sempre pensei de um jeito, que tudo que fizessem por mim eu poderia retribuir e retribuiria com certeza, então, conseguia aceitar. Hoje as vezes parece mais complicado. 

Mas não sou eu o assunto. Chegamos no fim do ano e começam aquelas campanhas, festas, arrecadações. Muitos querendo aproveitar o momento para ajudar o próximo. Talvez alguns por motivos duvidosos. E daí, sejam quais forem as motivações, em algum momento, acho que se alguém que está precisando de alguma coisa for ajudado, pode-se esquecer do que estava por trás desta ajuda. 

Partindo da minha dificuldade de precisar das pessoas, vamos refletir um pouco. Como deve ser difícil para alguém ir para a rua e pedir uma moeda, pedir um pedaço de pão velho, aceitar um resto de comida. Com o tempo, o grande curador de todos os males, provavelmente uma pessoa se acostuma a sua realidade e não sofre tanto assim. Porém, um dia teve a primeira vez. Sozinho, sem dinheiro pra nada, passando fome, o que restou? Começar a falar com pessoas estranhas e pedir para cada uma alguma ajuda pra poder se alimentar. E ver nos olhos destas pessoas o julgamento que cada uma fez de suas capacidades, de seu motivo para estar passando por aquilo. E pessoa a pessoa, julgamento a julgamento, ter que baixar a cabeça e seguir em frente, pedindo para alguém compreender seus problemas, aceitar sua necessidade e dar algo que ele estava realmente estava precisando. E quando conseguiu, agradeceu, provavelmente com um sorriso, mesmo que, por trás estivesse se sentindo muito mal, muito triste com aquela situação.

E o outro lado da história. Você lá, em meio a outras pessoas estava observando uma que estava se humilhando perante outras, baixando a cabeça e superando todas as dores e todas as tristezas de não ter mais nada a fazer senão se submeter a pedir ajuda para estranhos. Viu uma a uma as pessoas ignorando, julgando e negando o que uma delas estava pedindo. Somos todos muito bons em julgar o próximo muitas vezes, não nos colocarmos no lugar dele. Mas você pensou, ele(ela) parece estar mesmo precisando de ajuda, quem sou eu para julgar o que levou esta pessoa a estar aqui passando por isto. Eu posso ajudar, mesmo que pouco, vou fazer o bem para alguém que parece estar precisando.Você ajuda e recebe um sorriso dos mais sinceros, deixa uma pessoa, pelo menos por aquele momento, feliz. 

Ajudar as pessoas é bom. Colaborar com arrecadações, dar algum presente, aproveitar qualquer oportunidade de deixar alguém feliz por um momento, sempre vai fazer bem para nós, seja qual for a motivação que busquemos para isto, nesta época e em todas as possíveis, dividir um pouco do que temos com aqueles que precisam mais que nós é um dos grandes gestos que podemos fazer nas nossas vidas, por quem precisa e por nós mesmos, sem pensar em retribuições, sem pensar em nada além de que estamos fazendo o bem.

obrigado...


segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Chega, não aguento mais, vou desistir...

Um dia qualquer, pensando na vida, você até chega a escrever sobre o quanto tudo parece perfeito. As amizades mais certas, os relacionamentos mais certos, o trabalho que você mais gosta com os desafios que você precisa para estar sempre motivado. Tudo está muito certo e o que mais você quer fazer e agradecer por tudo isto que a vida está lhe dando.
Passam semanas e de repente aquelas amizades que pareciam ser eternas se afastam, acontecem problemas que fazem pessoas que estavam presentes na sua vida não mais estarem, você se vê solitário quando estava mais acostumado a ter sempre alguém com você.
Mais um tempo se passa e aquele relacionamento que era perfeito, uma sincronia total se revela diferente do que você estava sonhando, descobre que não é como você pintava,mas sim uma imagem da minha cabeça que sonhava que pudesse ser.
Ai veio o trabalho, mesmo achando que estava tudo indo bem, mesmo com todo o esforço pra cumprir as metas e fazer uma coisa bem feita, chegou o fatídico dia que me disseram que não estava funcionando e que eu estava sendo liberado para os novos desafios.
Você tem que dar uma parada pra pensar né? Que droga de vida, que monte de coisas mais sem sentido. O que eu estou fazendo aqui ainda? Já não chegou pra mim? Cansei...

Não. Não mesmo!!! Vamos pensar um pouco? Quantas vezes na vida tudo parecia perfeito e quantas vezes na vida você perdeu tudo o que achava o máximo? Isso só depende de quanto tempo você viveu. Porque a vida é isto, não há uma vida plena de felicidade, é muito difícil, a gente vai passar a vida tendo altos e baixos. O que importa é termos na memória as lembranças de quantas coisas boas vivemos depois de um dia termos pensado que nada mais valia a pena, que algo que perdemos era a última coisa boa que poderíamos ter vivido. E com isto em mente, sempre termos forças para lutar por novas coisas especiais. Porque elas vão acontecer, basta você estar sempre procurando por elas, sempre disposto a coisas novas, a desafios, a se levantar, deixar as boas lembranças do que foi especial em sua mente e começar de novo. Sempre vai valer a pena. Basta você sempre lembrar destas coisas, sempre lembrar quantas coisas que aconteceram que você jamais imaginou, quantas vezes tudo "acabou" e depois recomeçou melhor, com mais coisas especiais.

A vida é isto, bem a maneira do Van Damme, Retroceder nunca, render-se jamais.

P.S. A maior parte do primeiro parágrafo é um pouco realidade. Mas nem tudo...

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Meu nome não é Poliano...

Talvez, se pudessem prever o que eu poderia me tornar quando eu nasci, meu nome não fosse o que recebi honradamente de meu pai. Não sei se existe um personagem similar masculino para a Poliana, então, acho que poderiam ter-me dado o singular nome de Poliano. Talvez meu apelido hoje fosse Polizão, puts, nada singelo.

Mas vamos lá. Acho que tomar um caminho em que se está sempre achando que nada vai dar certo, acaba dando um baita trabalho no dia a dia de cada um. A gente acaba procurando pelos em ovos, vê teorias da conspiração em todas as coisas que acontecem a nosso redor. Nossos colegas de trabalho, nossos chefes, as pessoas com quem convivemos, os governantes, o mundo. O tempo todo acreditar que as pessoas vão fazer o seu pior, ou, não acreditar que existam pessoas que estão nesse mundo para fazê-lo melhor é um tanto pessimista demais para a minha cabeça.

Também, quando se trata da vida pessoal, acho que acabamos achando que o nosso umbigo é o centro do universo, porque na mente da gente ficamos sempre pensando que as ações das pessoas são todas contra nós. Bem, raramente são, acho que a maioria são a favor delas mesmas, não que isto seja algo bom, mas, com certeza, não é tão feio quanto costumamos pensar.

E chegamos aonde eu gostaria de chegar. A política. Eu sei que me falta crédito de muitos toda vez que eu tento defender o PT. Aliás, não é defender exatamente. O partido realmente perdeu muito do seu crédito comigo desde que descobriu-se corrupção em seu meio. E mesmo o fato de que, fossem outros partidos, não estaríamos vendo tudo isto acontecer, não atenua que o partido que subiu no conceito de todos com a bandeira de não ser corruptível se corrompeu. Não há perdão para isto, não um fácil.

Mas voltando, mesmo assim, eu cresci naquele meio, e depois cresci no mundo, conhecendo pessoas, convivendo com os mais variados tipos de pessoas. E vamos lá, talvez eu seja um dos caras mais sortudos do mundo, porque em todos os cantos, a maior parte das pessoa que eu conheci estavam lutando por algo melhor, tentando fazer as coisas serem boas. Talvez não do melhor jeito, talvez não do jeito mais certo, mas estavam.

Existe a utopia de se pensar na perfeição para tudo. E acho que não é errado, não mesmo. E mais, gostaria que tivéssemos chance de viver num mundo assim. As vezes eu falo, gostaria que pudéssemos viver sob uma única regra, "a sua liberdade termina onde começa a do próximo", e já sabemos que as coisas não são assim. Entendo que muitos estão buscando fazer com que as coisas sejam melhores, eles tropeçam no caminho, têm que fechar os olhos para algumas coisas, mas ainda tenho esperança que estas pessoas sejam as que vão melhorar o nosso país, o nosso mundo.

Enfim, dê um pouco de crédito as pessoa, as instituições, aos serviços. Achar que todo mundo se vendeu, todos estão trabalhando pelo pior não é a melhor forma de ver as coisas. Leia, se informe, procure os meios de encontrar pessoas e instituições em quem confie. Isto existe e vai ser bom poder entender como as coisas funcionam e como elas podem ser melhoradas. Pode ser um jeito melhor de viver.



*Poliana, uma menina de onze anos, após a morte de seu pai, um missionário pobre, se muda de cidade para ir morar com uma tia rica e severa que não conhecia anteriormente. No seu novo lar, passa a ensinar, às pessoas, o "jogo do contente" que havia aprendido de seu pai. O jogo consiste em procurar extrair algo de bom e positivo em tudo, mesmo nas coisas aparentemente mais desagradáveis

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Memórias - Almoço de Domingo

Chega o fim de semana e para todos é o momento mais aguardado, descansar, passear, se divertir, fazer coisas para si mesmo. A vida praticamente é vivida a espera dos fins de semana. E no fim de semana, uma coisa que era muito legal de se viver eram os almoços de domingo, o bom dia da macarronada e frango assado para muitos, o bom dia de churrasco para eu que nasci na terra do churrasco.
Mas minha história, nas minhas lembranças, começa com uma coisa um pouco diferente. A primeira coisa que me lembro de comer aos domingos era um tradicional bolo de batatas que minha vó fazia. Bem, ela chamava de bolo de batata, enfim. Eu já fiz muitas vezes na minha vida a receita, mas jamais era perfeito como está nas minhas lembranças. Mas é muito bom. Basicamente, batata frita, um belo guisado bem temperadinho(guisado, é, molho de carne moída para os leigos) e muito ovo. Não tem como errar. Frita uns dois quilos de batata frita, ai em uma forma um pouco alta, começa a colocar em camadas a batata frita e o guisado. Quando terminou, bate uma dúzia de ovos como se fosse para um omelete e joga por cima de tudo isto. Assa até o ovo estar bem cozido. Uma delicia.
Depois sim veio o tradicional churrasco de domingo, na minha casa fazíamos depois de acordar bem cedo para cuidar da horta do meu pai. Eu me livrava um pouco antes do serviço porque a salada de maionese era minha missão. Cozinhar a batata e fazer a maionese era o meu trabalho enquanto meu pai assava uma bela costela, umas coxas de frango e linguicinha. Todo domingo a mesma coisa, mas sempre muito bom.
Depois destes tempos, o que veio foi o tempo que eu sai de casa pela primeira vez e ai os domingos não existiam, época de faculdade e de muita festa, chegávamos em casa sempre de manhã cedo no domingo e não se ouvia um som pela casa até o final da tarde. Morava com o grande amigo Portella e com o Allan lá em Passo Fundo. Acordávamos para jantar no centro e pegar a sessão de cinema de domingo.
Depois já veio o tempo de faculdade em Joinville, boa parte desta época dividi uma república com um baiano, um mineiro, um paranaense e um catarinense. Tínhamos uma vida mais caseira e o domingão, depois de um sábado que sempre era de limpeza na casa, era um dia que acordávamos cedo para matear e fazíamos algum almoço diferente. Dava trabalho para o responsável pelo almoço, era pra 5 que comiam como peões de obra. Lembro de ficar 3 horas fritando panquecas para uma lasanha que fazia as vezes para a turma. Eram bons tempos.
E hoje em dia acho que poucos tem este tempo no domingo, todo mundo dorme mais, todo mundo inventa suas coisas e não gastam mais seu tempo com um momento de convívio e uma boa refeição. Eu tenho tentado, ainda que no domingo meu almoço normalmente sai pelo meio da tarde, eu faço algo diferente, tento parar especificamente para me dedicar ao meu almoço. Acho que sempre vai ser um momento legal, mesmo que hoje em dia seja solitário.
 

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Podemos ser melhores

Meu, eu lembro que quando era jovem, fazia comentários do tipo, "coisa de negro", "se não faz na entrada...". E as piadas? Como assim piadas? Não, hoje não acho que possa chamar de piadas. Não acho que possa fazer estes comentários.
Acho que se me perguntassem na época se eu me achava racista, preconceituoso, responderia como muitos fazem agora ainda, "Nada a ver, isto é só uma piada". Pois então, não, isto não é uma piada, não há como qualquer coisa que ateste que um ser humano é inferior a outro por causa de qualquer diferença que possa ser tida como uma piada.
A questão é que somos todos completamente diferentes, cores, cabelos, tamanho, jeito de falar. Dificilmente encontraremos seres humanos que possuam características muito parecidas entre si. Mas somos todos seres humanos, brancos, negros, índios, mulheres, homens, homossexuais, somos seres humanos, com nossos defeitos, com nossas crenças, com nossos gostos pessoais, mas únicos em uma raça. É assim que vejo as coisas, é assim que devemos aprender a viver e conviver.
Olhamos pelo mundo e o que vamos encontrar? O ódio perpetuado em todos os cantos justamente por causa destas diferenças de que temos entre todos nós. Pra mim não tem sentido agredir qualquer pessoa porque tem algo diferente. Entendo que esta é a grande batalha da humanidade, ensinar o ser humano a aceitar as diferenças e conviver com elas. É uma batalha das mais longas e de vitória das mais difíceis, mas  precisamos passar por ela.
Se qualquer de suas crenças, qualquer ensinamento que você tenha recebido lhe impede de aceitar outro ser humano como ele é, está na hora de você começar a rever estes seus conceitos, começar a discuti-los. Não pode estar certa qualquer coisa que lhe faça agredir alguém ou impedi-lo de ser como ele gostaria de ser. Podemos repensar nossos conceitos? É certo que estamos mais do que na hora de pensar bem nisto. Vamos em frente.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

E assim tudo começou

Naquele dia ele estava atrasado para um evento importante, estava esperando por aquela oportunidade há muito tempo, mas tudo tinha resolvido dar errado. Está certo, ele tinha colocado o despertador para o mesmo horário de sempre e tinha dado aquela dormidinha mais de todos os dias. Mas dava para chegar a tempo, não precisava ter se adiantado. Era simples, não fosse ter acordado e descoberto que o pneu estava furado.
Saiu com meia hora de atraso. O transito pela manhã na sua cidade é normal, sempre conseguiu chegar no trabalho ou a qualquer compromisso saindo no horário certo. As pessoas seguem na velocidade permitida,não ficam tentando ultrapassar quando não é possível, vão numa levada boa, todo mundo consegue chegar no seu destino em um tempo razoavelmente bom. Mas pasmem, ele saiu atrasado, ai tudo muda.
Mas seguiu o fluxo normal do transito, era assim que fazia sempre, era assim que todos agiam, não tinha por que mudar, apenas esperar que tudo conspirasse para que chegasse a tempo. E assim foi andando até que chegou a seu destino, os sinais, o número de carros na rua conspiraram para que ele recuperasse boa parte do tempo. O local para o evento não tinha aberto ainda, ele chegou e foi para o final da fila. Sabia que tinha que chegar antes para conseguir estar entre os 100 primeiros para poder participar do evento, eram poucas as chances de deixarem mais pessoas entrar.
Começou a contar os que estavam a sua frente... 25, 38, 43, 60, 79, 97, 103 pessoas...  Não ia conseguir participar do evento, só se alguém fosse embora, o que é claro, não ia acontecer. Puxa, ele esperava a tanto tempo para que o evento voltasse a acontecer ali em sua cidade, aguardara ansioso, era um grande sonho e agora não ia conseguir. Sabe lá quando que iria ter novamente a oportunidade, talvez nunca mais. Olhou novamente as pessoas da fila, contou de novo, continuavam sendo os mesmos 103 - droga.
Viu então um conhecido, trabalharam na mesma empresa, se cumprimentavam as vezes pelos corredores. Acenou, depois de um tempo o cara respondeu ao aceno, até deu um sorriso discreto. Já sabia que não tinha chance de entrar, resolveu ir até o cara, bater um papo, desabafar.
Enquanto caminhava começou a pensar. Por que não chegar até o conhecido, ficar conversando sobre amenidades e discretamente ficar junto do cara na fila. Nunca vira ninguém fazer isto. Mas por que não? Poderia pagar uma cerveja para o novo amigo depois pra compensar o tempo que ele ficou na fila esperando antes. E o cara que ia perder o lugar? Ah, provavelmente nem estava tão a fim de participar daquele evento, senão teria chegado mais cedo. Ele estava muito mais a fim do que qualquer outra pessoa, ele merecia isto, então, por que não agir assim?
Naquele dia ele participou do evento que tanto quis participar...


sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Torcedor na política...

Tudo bem, as vezes eu me magoo, mas estou aprendendo a relevar. Eu tive a sorte de na minha juventude conviver com um político de caráter com quem aprendi a respeitar a opinião, a voz de quem discorda de mim, de quem está contra mim. Quem sabe quem está descobrindo a existência da política no último ano, tenha um dia chance de aprender algumas coisas. Está certo, isto já acontece no futebol né, muitos ofendem, agridem  amigos, pessoas com quem convivem, que as vezes respeitam por uma paixão. Como aprendi a ser chamado de macaco e viado e tudo mais por ser torcedor do Internacional, posso aprender a ser chamado de burro, a ser convidado a me mudar para Cuba e tudo mais por ter certeza que o PSDB não é a solução para o país. Até ai, esta parte dos novos torcedores na política dá pra levar adiante.

Agora, eu acho que estão errando feio numa coisa importante. É comum a gente torcer contra o nosso time adversário para que ele não vá bem no campeonato, já que estamos fora da briga. Isto faz parte do esporte e apesar de as vezes não ser tão legal assim, se contentar em torcer para o time adversário ir mal, é parte da diversão do nosso esporte. Mas, os nosso torcedores estão torcendo para que o PT e o atual governo erre, todo movimento que as grandes mídias falam que foi errado é comemorado nas redes sociais. Puxa, muito bom hein galera. Vamos passar os próximos quatro anos torcendo para o PT ir mal e não ter chance de eleger o próximo presidente do país. Isto vai ser ótimo, vão sentir-se vencedores. Pena, mas se o PT fizer o governo que estão torcendo para que faça, vamos todos sair perdendo, não apenas a metade do país que elegeu a Dilma, não apenas os nordestinos que foram "culpados" da reeleição, não apenas os pobres "burros" do assistencialismo. Seremos todos perdedores.

Sou um sonhador, eu tenho esperança que as pessoas comecem a ler mais se informar mais e a formar suas opiniões não baseadas na mídia anti PT. Já escrevi muito concordando que há muita coisa errada, mas a luta precisa ser entendida como diferente, não é para que o governo eleito se dê mal, tem que ser para que ele acerte, protestar, divulgar, se engajar em coisas que acreditem que devam ser feitas de modo diferente. Claro, vão dizer que não adianta,  estamos numa "ditadura", "bolivarianismo". Por favor, esta mentalidade não funciona.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Proibido ler este post

A censura é daquelas coisas que me incomodam mesmo só de ouvir falar. Acho que o direito de se expressar é daquelas conquistas que todos nós devemos ter desde o momento que nascemos. Assim tem sido a minha cabeça há muitos anos, sempre ficando indignado quando leio, vejo, ouço algo falando sobre censurar qualquer coisa.

Mas, como muitas certezas que criei nesta vida, que todos nós criamos, as vezes somos levados a questioná-las. Isto eu diria é um tanto quanto inteligente de nossa parte. Sério, coisa pra se aprender cedo em nossas vidas é que mudar de opinião não é nenhum demérito. Então, questionar nossas próprias certezas também não é.

Por que não a censura? Porque entendo que todos tem o direito de falar de suas verdades, de expor suas ideias e tentar fazer com que outras pessoas tomem conhecimento de tudo isto. E, se o que a pessoa tem para dizer é algo que não concordamos, que achamos tolo, simplesmente está no nosso direito ignorar o que não contribuir nada com a gente. Simples assim, e a vida segue. É coisa simples, eu acho que a Veja, que a Globo, que muitas pessoas não têm nada a acrescentar as minhas ideias, então não leio, não assisto, não dou atenção. Ainda que me entristeça ver algumas pessoas que gosto dando crédito a coisas que vem destes meios. É direito deles, enfim.

Fiquei porém pensando em algumas questões quando li sobre o abaixo-assinado que estão fazendo para que um "mestre do assédio" não tenha permissão nem para entrar no país, imagina para fazer suas palestras. Isso porque o cara fala de racismo, de estupro, de agressão contras as mulheres. E ai? Este cara teria direito de se expressar? E ai vamos começar a pensar em temas que não deveriam estar por ai para qualquer pessoa ter acesso e de repente começar a achar que são suas verdades. Junto ao racismo o preconceito e vamos começar uma lista que não será pequena. E de repente estaremos concluindo que sim, a censura se faz necessária. Isto porque parece que há no mundo muita gente que não tem capacidade de fazer seus filtros e ignorar o que não tem sentido

Mais ai é claro, começa a confusão, esta abertura de se censurar teria limites? Já sabemos que não. Então, ainda que haja muita coisa idiota rolando por ai, vamos nós mesmos decidir o que queremos dar atenção. é melhor assim, que todos tenham direito de falar, que todos tenhamos o direito de ignorar.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

O tamanho de um sonho

Existe algum sonho que devamos desistir de tentar viver? Qual o tamanho de um sonho para dizermos que ele é impossível? Estava pensando sobre algo que deveria desistir porque nunca vai acontecer. Mas fiquei refletindo sobre isto. Por que não?

Vamos pensar, tem coisas que já aconteceram em nossas vidas que, se anos atrás parássemos pra pensar em realizar, definitivamente concluiríamos que eram sonhos impossíveis. Mesmo assim eles aconteceram. Porque em algum momento não nos prendemos a esta impossibilidade das coisas. Simplesmente resolvemos viver a vida.

Então, por que não? Por que não continuar sonhando com algo totalmente impossível até que isto se torne possível. E melhor, durante o tempo que estiver lutando na busca deste sonho, muitas coisas que não tenho tido tempo pra sonhar vão acontecer. Muitas coisas que nem imaginava que faria vão acontecer.

Não lembro o que eu estava lendo, mas ficou na minha mente que desistir dos nossos sonhos é desistir de nossas vidas. Não devemos fazer isto em momento algum. Acho que muitas vezes ficamos nos prendendo nas dificuldades das coisas e devíamos sim, prestar mais atenção nas outras coisas que não são difíceis, são conquistam que acontecem o tempo todo e não paramos para prestar atenção.

Eu não vou desistir do sonho impossível, vou viver por ele e por muitos outros mais. Vamos seguir nossas vidas assim?